Por: Jussara Rowland
Ao longo do último ano, assistimos a um aumento significativo nas discussões sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) na academia e os seus potenciais impactos. Este debate, impulsionado pelo lançamento público do ChatGPT em novembro de 2022, centrou-se inicialmente na criação de texto sintético por parte dos novos grandes modelos de linguagem, nos riscos de plágio e nas implicações destas tecnologias para as práticas de avaliação nas universidades. A discussão, entretanto, tem-se vindo a expandir, abrangendo outras questões relacionadas com as diversas implicações éticas, práticas e ambientais da adoção da IA no ensino superior.
Simultaneamente, testemunhámos a expansão da IA na academia em diferentes frentes que vão além do ChatGPT. As funcionalidades da IA, como transcrições automáticas, texto preditivo, ferramentas de anotação interativas, sínteses de artigos e reuniões, chatbots para pesquisas, e análises qualitativas e quantitativas com recurso à IA tornaram-se realidades na nossa vida académica e na dos estudantes que ensinamos. Funcionalidades que eram ainda relativamente incipientes durante os meses em que estivemos online durante a pandemia são agora parte integral das ferramentas que utilizamos nas nossas práticas de investigação quotidiana, quer queiramos quer não.
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