Spatializing visual disability, decentralizing (critical) disability studies

By: Fabio Bertoni

The blind live in a world built by and for the sighted (Butler, 1994: 368)

Ruth Butler, in a brief yet immensely important contribution, emphasizes the significance of the spatial dimension in critically rethinking sensory disabilities, particularly visual impairment. The debate emerging in the UK during the 90s is a product of decade-long struggles by disabled individuals and social movements against social inequalities, ableist violence and discrimination, as well as medical, social work, and institutional violences. Additionally, it challenges the capitalist and laborist rationality in defining the so-called ‘able body.’

From this political and cultural ferment, the ‘social model of disability‘ emerges, representing a substantial reversal in the conceptualization of disability. It no longer views disability solely as an individual biological, medical, or genetic condition as in the medical model, but rather as a social condition where impairment or difference leads to stigma and inequality. This turn also affects spatial reasoning: social geography and urban studies transition from being tools for epidemiological studies to becoming critical investigations of how spatiality socially constructs disability and defines ableist norms.

This blog post serves as the initial inspiration for a research project focusing on the construction of a social norm of visual perception and visibility within urban environments, starting from the daily experiences of individuals with visual impairments. The aim is to investigate how this aspect intersects with other social inequalities, such as class, race, gender, and generation, within the urban fabric. The research will employ an ethnographic approach in the cities of Lisbon and Milan.

Continuar a ler

Sangram as águas, celebra o povo. Fé e festa no transbordar da barragem de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte

Por: José Gomes Ferreira e Bertulino José de Souza

Na abordagem que temos feito sobre o valor eco-social da água, trazemos para análise A água e os sonhos, de Gaston Bachelard, e a proposta de Francisco Javier Martinez-Gil sobre os conceitos de fluviofelicidade e fluvioterapia. Relembramos, em Portugal, a centralidade da partilha da água na interação social gerada entre os habitantes de comunidades rurais e como primeiro instrumento de governança local. Outro exemplo é o das socialidades resultantes da ida à fonte, configurando-se como ponto de encontro da juventude em décadas anteriores. 

Continuar a ler

Corrida ao Espaço, Extrativismo e Crise Climática: entre invisibilidades, ficção científica e a realidade

Por: Mónica Truninger

A velocidade com que a indústria espacial se tem desenvolvido nas últimas décadas é impressionante. Enquanto as atenções têm sido direcionadas para múltiplas crises internacionais graves nos últimos anos, desde a crise das dívidas soberanas até à pandemia de COVID-19 e ao atual conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, o setor espacial continua a avançar a passos largos. Impulsionado por saltos tecnológicos surpreendentes, esse avanço ocorre de forma quase silenciosa e imperceptível, exceto pelo som ocasional dos motores dos foguetões, que podemos testemunhar através dos ecrãs vibrando com a euforia das equipas que festejam mais um lançamento em direção à Lua ou a Marte.

Continuar a ler

Climate change as a topic for an interactive exhibition

By: Katarzyna Tamborska

Museums and science centers have joined in the public discussion of environmental challenges. As an important nexus of scientific communication, these institutions show that stopping negative trends in the natural environment is not a task for scientists and politicians only. Regardless of professional background and interests, individuals can engage in a social debate on climate protection, treating the Earth first and foremost as a living space. This is the main theme of a new interactive exhibition titled “Mission: Earth”, which has opened a few months ago at one of Europe’s largest science centers, the Copernicus Science Center in Warsaw (Poland). It is the second of three modules that are part of the project called “The Future is Today” which is focused on humanity’s current challenges. The other parts are titled: “The Digital Brain,” and “Human 2.0” (the last one is yet to open).

Continuar a ler

A ideologia neoliberal e o urbano: o surgimento dos bairros privados no Brasil

Por: Lara Caldas

“Nasce a Orla que Porto Alegre Merece” – é o slogan que anuncia o mais recente empreendimento imobiliário de Porto Alegre, cidade no Sul do Brasil. O empreendimento em questão leva o nome de Golden Lake e, segundo seus realizadores, é o primeiro bairro privado da cidade. Mas o que é um bairro privado?

Os bairros privados começam a despontar como forma de empreendimento imobiliário no Brasil. Até o momento, há poucos exemplos, nenhum plenamente consolidado, e todos parecem ter surgido após 2018, se tratando então de um fenômeno bastante recente. Na prática, os bairros privados nada mais são do que um tipo de condomínio fechado, mas com uma ênfase diferente. Tradicionalmente, os condomínios fechados no Brasil se localizam em regiões relativamente afastadas dos centros urbanos consolidados e sua principal característica são os altos muros e controle rigoroso de entrada e saída de pessoas. De fato, os condomínios fechados (CF) se popularizam no Brasil a partir da década de 1980, fortemente ancorados no discurso da “segurança de morar”, contra um então emergente imaginário de medo urbano.

Continuar a ler

Mind the gaps: strengthening adaptation in the critical decade

By: Carla Gomes

As we enter 2023 in full speed, we realise that our ‘critical decade’ for substantial climate action is shrinking fast. Emissions needed to be reduced by 45% by 2030, towards net zero by 2050, to keep the global temperature rise under 1,5º. At the last annual conference of the UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change), the COP27, that ‘ideal target’ was abandoned in practice, but even 2º is now unlikely. As emissions keep rising, the fossil fuel industry is under increasing pressure to decarbonise or shut the door. Adaptation is now unavoidable, but there are critical adaptation gaps that we will have to address over the remaining years up to 2030. We discuss some of them in this post.

Continuar a ler

De las capitales culturales a las capitales de la cultura. Apuntes sobre una construcción global de la ciudad cultural

Por: Perla Massó Soler

La insoslayable polisemia de la noción de capital cultural nos conduce a una urdimbre donde convergen no solo la naturaleza económica de determinados fenómenos del ámbito cultural (gestión, preservación del patrimonio, circulación de objetos de arte) y la interacción entre mecanismos de reproducción social y estructuras culturales, sino también procesos de marketing territorial donde la cultura vertebra estrategias disímiles de renovación urbana.

Sabemos que en la realidad empírica estas significaciones, a veces concomitantes y/o complementarias, se solapan y nos obligan a pensar las ciudades – condensación de símbolos y signos – desde las relaciones subyacentes entre el capital cultural objetivado, el capital simbólico y sus diversas expresiones en la espacialidad.

Continuar a ler

Uma árvore portuguesa, com certeza?

Por: Filipa Soares

Um eucalipto com mais de 140 anos, localizado no concelho de Sátão, distrito de Viseu, foi eleito a Árvore Portuguesa do Ano, num concurso anual organizado, desde 2018, pela União da Floresta Mediterrânica (UNAC). O imponente “Eucalipto de Contige”, uma das maiores árvores classificadas em Portugal, vai representar o país no concurso European Tree of the Year.

Esta competição europeia, fundada em 2011 e organizada anualmente pela Environmental Partnership Association, com o apoio da Comissão Europeia, é uma final constituída pelas árvores vencedoras dos vários concursos nacionais (15 neste momento, sem contar com a Rússia, banida em 2022 devido à guerra na Ucrânia). Vence a árvore que receber mais votos eletrónicos do público, qual Eurovisão arbórea. O objetivo do concurso é destacar a importância das árvores enquanto património cultural e natural a ser protegido e cuidado. Mais do que a estética, o tamanho ou a idade da árvore, o enfoque recai na “sua história e nas relações com as pessoas”.

Continuar a ler

De qué hablamos cuando hablamos de Sociología Ambiental

Por: Antonio Aledo

Estoy realizando una estancia académica en el Instituto de Ciencias Sociales de la Universidad de Lisboa en el equipo de investigación liderado por la Dra. Luisa Schmidt y con el apoyo de la Dra. Carla Gomes. Esta estancia está financiada por el Ministerio de Universidades del Gobierno de España dentro del Programa de Estancias de Movilidad de Investigadores en Centros Extranjeros. La preparación de un manual de sociología ambiental es uno de los objetivos principales de esta estancia. En los próximos párrafos resumo los principios fundamentales sobre los que se ha construido la sociología ambiental, que van a dirigir los contenidos de este manual.

Continuar a ler

PhD SHIFT Hub: balanço do último ano letivo e perspetivas para o futuro

Por: PhD SHIFTHub

Nascido das dificuldades e desafios da pandemia Covid-19, o PhD SHIFT Hub foi criado por estudantes e para estudantes no seio do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa). Em 2021, com o post PhD SHIFTHub: how adversities can be a catalyst for change, ficou clara a relevância do grupo para a comunidade ICS. Este novo post tem como objetivo refletir acerca do ano que passou, um ano em que o Hub se apresentou à restante comunidade científica, afirmando-se como dinamizador de um espaço de inovação e discussão entre pares.

Continuar a ler