Por Kaya Schwemmlein
Um estudo recente da Rede Global Contra Crises Alimentares refere que quase 135 milhões de pessoas em 55 países ou territórios viviam “em crise ou pior” em 2019. As condições meteorológicas extremas e a pandemia de Covid-19 estão entre os principais fatores da insegurança alimentar global em 2020, piorando o estado de crise, risco e conflito.
Os indivíduos economicamente mais vulneráveis e suscetíveis à situação de insegurança alimentar são, na sua maioria, habitantes de zonas rurais que dependem da remuneração da produção agrícola e, neste contexto, a pandemia global de Covid-19, não só veio expor várias fragilidades do sistema social, político e económico vigente, mas também sublinhou diversas desigualdades e injustiças estruturais sofridas por indivíduos que vivem e trabalham no campo. Veja-se por exemplo que, devido à pandemia, os pequenos produtores deixaram de ter acesso a mercados de venda direta, para muitos a única fonte de rendimento; ou o caso dos trabalhadores rurais migrantes, que acusam a exploração e indiferença face à sua situação, bem como a salvaguarda dos seus direitos fundamentais. Continuar a ler