Autor: Ana Horta
“Há uns vinte anos fomos forçados a aderir ao capitalismo; agora compreendemo-lo.” É assim que o investimento em energias renováveis é sentido numa pequena comunidade da antiga República Democrática Alemã. Esta comunidade, considerada exemplar no envolvimento comunitário na produção de energia renovável, assegurou 35% do total da eletricidade consumida pela povoação em 2014 e, em 2050, pretende tornar-se autossuficiente em termos de produção de eletricidade através de fontes renováveis.
Figura 1 – A escola, o pavilhão desportivo e outros edifícios são aquecidos por um sistema comunitário que não emite CO2.

Fotografia da autora
Zschadraß (em Colditz, no estado da Saxónia) tem sido referida como uma comunidade modelo em que a população é coproprietária dos investimentos feitos em energias renováveis. Através de uma fundação e de uma associação formadas por habitantes locais, a comunidade tem investido em projetos de energia renovável que incluem aerogeradores de energia eólica (em que 20% é propriedade da comunidade, pertencendo o restante a um investidor privado local), painéis fotovoltaicos nos edifícios públicos e um sistema de biomassa instalado numa quinta, entre outros. Com o lucro obtido através da venda da eletricidade à rede são financiados programas comunitários de apoio às crianças que têm proporcionado, por exemplo, refeições escolares gratuitas para crianças de famílias com baixos rendimentos, campos de férias e serviços de transporte. O jardim infantil também é apoiado e quando o empréstimo bancário realizado para financiar os aerogeradores estiver pago pretende-se que o lucro seja usado para permitir que o jardim infantil seja gratuito para todas as crianças da povoação.
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