Por: Susana Fonseca
Existimos num planeta como não há outro (que seja do nosso conhecimento), que nos proporciona condições extraordinárias para sermos quem somos e podermos explorar todo o nosso potencial. Contudo, a relação que estabelecemos com a base que permite a nossa existência é tudo menos a que deveria ser. Usamos e abusamos da generosidade inerente ao planeta em que vivemos, sem respeitarmos os limites que nos surgem de forma cada vez mais evidente. Arrogantemente avançamos numa lógica de conquista e exploração, perseguindo objetivos de acumulação numa visão muito estreita de crescimento económico, pouco inclusivo e tendente à acumulação em determinadas franjas da sociedade.
Não haverá sociedades, nem economia, se não existirem os recursos naturais e os serviços ambientais generosamente fornecidos pelo único planeta conhecido em todo o universo como tendo condições para albergar vida. Nenhum de nós pode existir se não houver ar para respirar, água para beber, solo para cultivar os alimentos, entre muitos outros “recursos” de que dependemos totalmente. É importante não esquecer que o Planeta Terra vive bem sem a espécie humana, mas já o contrário…
É tempo de questionar a necessidade, a pertinência, a sustentabilidade das nossas opções e não apenas se elas são mais eficientes. Estamos perante uma mudança civilizacional, uma nova era. Mas como é que podemos dar passos firmes rumo a essa nova era, como podemos impulsionar a mudança necessária e construir uma sociedade do bem-estar, dentro dos limites do planeta?
Recentemente fui desafiada a pensar sobre a forma com a Sociologia e a Ecologia se interligam e podem ser aliadas na construção do caminho identificado no parágrafo anterior. Muito embora há muitos anos me divida entre a Sociologia e o ambientalismo, sempre procurei diferenciar estas duas áreas, distanciando-as na procura de evitar “contaminações”, em particular da última para a primeira.
Continuar a ler →