Estágio Ciência Viva no Laboratório 2016 –“Alterações climáticas e sociedade”- resumo da semana.

Texto escrito pelos participantes do estágio “Alterações climáticas e sociedade”, dinamizado no ICS-ULisboa no âmbito do programa Ciência Viva no Laboratório. 

Autores: David Silva, Rita Bernardo, Manuel Madeira, Sara Martins, Sofia Barata.

Na semana de 18 a 22 de Julho de 2016 decorreu, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, um estágio no âmbito do programa Ciência Viva no Laboratório designado de “Alterações climáticas e a sociedade”. Este estágio teve como objetivo a análise da temática das alterações climáticas e a sua vertente sociológica.

No primeiro dia do estágio foi apresentado o programa das atividades que iriam decorrer, assim como outras informações relevantes. Esta manhã contou com a presença da organizadora do estágio, Ana Delicado, e uma das monitoras que iria estar connosco, Mónica Truninger. Na parte da tarde, fomos orientados pela Mónica na realização de um Focus Group. Selecionámos algumas perguntas às quais achámos importante encontrar respostas ao longo da semana: “Como podemos diminuir as emissões de CO2?”; “ Como será o planeta em 2100?”; “Serão os veículos eléctricos uma alternativa sustentável?”; “Com as mudanças no quotidiano podemos inverter o ciclo?”; “ O que é que os governos estão a fazer em relação às alterações climáticas?”.

No segundo dia, pela parte da manhã, contámos com a presença do investigador João Mourato, que nos propôs a realização de um powerpoint em que incluíssemos algumas fotos da costa portuguesa que demonstrassem o efeito negativo das alterações climáticas nas praias e também o papel das imagens na transmissão de mensagens e informação. Durante a tarde, com a companhia da investigadora Ana Horta, procuramos perceber se as notícias sobre as alterações climáticas eram sensacionalistas ou objectivas. Chegámos à conclusão que, em relação a este tema, os dois jornais analisados (Correio da Manhã e Jornal de Notícias) não são sensacionalistas.

No dia seguinte, foi-nos apresentada pela investigadora Susana Fonseca a Coopérnico, a primeira e única cooperativa de energias renováveis em Portugal. Esta trabalha exclusivamente com painéis fotovoltaicos, que são instalados em telhados de IPSSs, o que permite que os membros investidores recebam em juros e tenham acesso a um tarifário de eletricidade mais barato em relação à oferta do mercado. Para melhor entendermos esta organização, dirigimo-nos de metro até ao seu escritório no Cais do Sodré, onde entrevistámos a colaboradora Ana Rita, envolvida neste projeto. Durante a tarde, com a ajuda das investigadoras Ana Delicado e Carla Gomes, criámos um inquérito sobre a temática dos transportes, focado no seu contributo para o agravamento das alterações climáticas. O inquérito não só foi aplicado presencialmente como online.

No penúltimo dia do estágio, deslocamo-nos até ao Parque das Nações com o objectivo de aplicar os inquéritos, elaborados no dia anterior, à população ali presente. Embora várias pessoas tenham recusado responder, a quantidade de informação recolhida foi boa, pois no total contámos com quarenta e quatro inquéritos. Regressámos ao ICS e, a seguir ao almoço, analisámos os resultados obtidos, tanto online como em papel, com a ajuda da Ana Delicado e da Carla Gomes.

Com base numa amostra não representativa da população, constituída por 111 inquiridos, o nosso estudo permitiu-nos concluir, entre outras variáveis, o seguinte:

– Os estudantes são os que mais usam os transportes públicos diariamente  – 52,2%, sendo que apenas 20% dos trabalhadores o fazem.

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– Mais de metade dos indivíduos inquiridos (82,4% das mulheres e 67,6% dos homens) não se deslocam de bicicleta, havendo, no entanto, uma parte que o faz ocasionalmente (14,9% do sexo feminino e 27,0% do sexo masculino).

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– os jovens são os que estão mais sensibilizados para o impacto das alterações climáticas (sendo que 76% dos indivíduos com idades compreendidas entre os 29 e 38 anos consideram que esse impacto é bastante significativo). No entanto, neste grupo etário, assim como no grupo etário dos 49 aos 58 anos, 7% dos indivíduos acham que as alterações climáticas não terão qualquer impacto na sua vida. De uma maneira geral, concluímos que, independentemente da idade, os portugueses aqui inquiridos reconhecem as consequências das alterações climáticas.

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Note-se que a amostra utilizada não é representativa da população porque o estudo foi condicionado pelos seguintes fatores: as pessoas foram inquiridas aleatoriamente e não foi considerado o seu concelho de residência.

E por fim, no último dia do estágio, trabalhamos a dinâmica de grupo através de jogos que tinham como intenção “quebrar o gelo” e desenvolver metodologias participativas. Estas atividades foram dinamizadas pelas investigadoras Jussara Rowland e Sofia Ribeiro, e permitiram aumentar a amizade e colaboração entre nós.

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Este estágio foi uma experiência muito enriquecedora para todos, pois para além de termos conhecido pessoas novas e interessantes, ganhámos uma noção dos vários métodos utilizados pelos sociólogos para obterem informações sobre a população. Para além disso, aprendemos como funciona esta instituição e como é o trabalho de um investigador.


David Silva, Rita Bernardo, Manuel Madeira, Sara Martins, Sofia Barata são estudantes do secundário e participantes da edição de 2016 do estágio Ciência Viva no Laboratório do ICS-ULisboa. Ana Rita Martins, aluna do Programa de Doutoramento em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável acompanhou o grupo ao longo de toda a semana.

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