Para Além dos Riscos e Benefícios: Inteligência Artificial, Ferramentas Digitais e Reflexividade na Investigação em Ciências Sociais

Por: Jussara Rowland

Ao longo do último ano, assistimos a um aumento significativo nas discussões sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) na academia e os seus potenciais impactos. Este debate, impulsionado pelo lançamento público do ChatGPT em novembro de 2022, centrou-se inicialmente na criação de texto sintético por parte dos novos grandes modelos de linguagem, nos riscos de plágio e nas implicações destas tecnologias para as práticas de avaliação nas universidades. A discussão, entretanto, tem-se vindo a expandir, abrangendo outras questões relacionadas com as diversas implicações éticas, práticas e ambientais da adoção da IA no ensino superior.

Simultaneamente, testemunhámos a expansão da IA na academia em diferentes frentes que vão além do ChatGPT. As funcionalidades da IA, como transcrições automáticas, texto preditivo, ferramentas de anotação interativas, sínteses de artigos e reuniões, chatbots para pesquisas, e análises qualitativas e quantitativas com recurso à IA tornaram-se realidades na nossa vida académica e na dos estudantes que ensinamos. Funcionalidades que eram ainda relativamente incipientes durante os meses em que estivemos online durante a pandemia são agora parte integral das ferramentas que utilizamos nas nossas práticas de investigação quotidiana, quer queiramos quer não.

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A irrelevância da Sociologia e da Antropologia na elaboração do relatório sobre o estado da segurança alimentar e nutricional no mundo

Por Virgínia Henriques Calado

Entre o expectável rigor tecnocrático, alicerçado na prova estatística, e a desconstrução e a assunção da falibilidade do humano muitas vezes propostas pelas ciências sociais, a escolha tem sido feita sem grandes hesitações. Tem cabido à primeira destas propostas a preponderância por parte de quem tem poder para condicionar as políticas seguidas por quem governa. A esta regra não têm escapado as grandes instituições intergovernamentais, por exemplo, as que se abrigam no quadro das Nações Unidas. Continuar a ler

El Cambio Climático en los hombros de las Ciencias Sociales

Por Mercedes Pardo-Buendía

Las evidencias del Cambio Climático no dan lugar a duda: 1) el aumento de la temperatura media de la superficie del planeta desde la industrialización en alrededor de 0,85ºC; 2) la disminución del hielo en el Ártico (3,5-4,1% por década en el periodo 1979 a 2012 e importantes cambios en la Antártida): 3) la subida del nivel del mar (0,11°C por década hasta los 70 metros de profundidad, en el periodo 1971-2010).

Las consecuencias de esas evidencias abarcan asuntos tan graves como el aumento de fenómenos climáticos extremos, como son las olas de calor que, con muy alta probabilidad, serán más frecuentes y durarán más tiempo, tormentas y huracanes, entre otros. Dentro de estos fenómenos no lineales – lo cual añade mayor riesgo – tenemos la reaparición del fenómeno de El Niño.

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