A participação do GI ATS / OBSERVA no Verão na ULISBOA

Entre 2 e 6 de julho o ICS participou mais uma vez na iniciativa da Reitoria Verão na ULisboa, acolhendo 18 alunos do ensino secundário para uma semana de atividades diversas a que foi dado o rótulo “Aventuras com as Ciências Sociais”.

Duas das atividades foram coordenadas por investigadores do GI ATS / Observa: “O Jogo das Negociações sobre Alterações Climáticas” e “Marvila ROCKS! – Descobrindo os processos de transformação de um bairro”. No final da semana os alunos foram convidados a escrever um post para blogue sobre a sua experiência, que abaixo publicamos. Os investigadores responsáveis acrescentaram uns parágrafos de enquadramento a cada post.

O Jogo das Negociações sobre Alterações Climáticas

Fronika de Wit e Ana Rita Matias (alunas do Programa de Doutoramento em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável)

Na semana de 2 a 6 de julho de 2018, o Instituto de Ciências Sociais acolheu um grupo de 16 alunos do ensino secundário no âmbito da atividade de Verão na ULisboa. Ao longo da semana desenvolveram-se várias atividades didáticas, onde os jovens contactaram com os investigadores e diferentes temas de investigação em curso no Instituto. Uma das sessões constituiu um simulacro da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (também conhecida como COP – Conferência das Partes), denominado: “O Jogo das Negociações sobre Alterações Climáticas”. No simulacro, desafiou-se os jovens a representarem o papel de delegados de seis estados membros das Nações Unidas durante um debate. O objetivo proposto era chegar a um consenso negociado sobre dois pontos: 1. Diminuir os níveis de Gases com Efeito de Estufa até 2100 para um nível que mantenha o aquecimento global abaixo dos 2ºC; 2. Acordar um compromisso que permita partilhar os custos que se destinam à mitigação e à adaptação dos Estados-nação mais vulneráveis. Com este jogo, o grupo de estudantes teve a oportunidade de desenvolver as suas capacidades de investigação, analíticas e comunicacionais, assim como ganhar uma maior compreensão sobre os processos de decisão dentro das Nações Unidas (e as suas dificuldades).

A brincar às Nações Unidas

Na manhã do dia 5 de julho, chegámos ao ICS prontos para embarcar numa nova aventura. Iniciámos “O  Jogo da Negociação das Alterações Climáticas” planeado por Ana Rita Matias e Fronika de Wit, respetivamente socióloga e geógrafa. Tratava-se de uma simulação de uma conferência acerca das alterações climáticas.

As responsáveis pela atividade começaram por elaborar alguns jogos “quebra-gelo” relacionados com o tema em questão. Seguidamente, foi-nos pedido que nos dividíssemos em 6 grupos, sendo que, a cada um, iria corresponder um país, tirado à sorte. Cada grupo recebeu alguma informação com a situação do país e o objetivo da conferência simulada: diminuir as emissões de gases com efeito de estufa. Iríamos ter 30 minutos para preparar uma curta apresentação sobre o nosso país que em seguida iria decorrer. Posteriormente, tivemos uns minutos para negociar com os outros “países”, de modo a arranjarmos estratégias conjuntas para alcançarmos o objetivo proposto. Terminadas as negociações informais, seguiu-se uma apresentação das ideias sugeridas por cada um. Finalmente, ocorreu um debate sobre as mesmas e a conclusão da dita “conferência”.

A estrutura da atividade estava muito bem conseguida e organizada, sendo que é de salientar o excelente trabalho e a originalidade das responsáveis que planearam a tarefa. Foi uma oportunidade divertida de abordar um tema bastante atual de forma dinâmica. No fundo, estávamos a simular algo que acontece no dia-a-dia dos líderes mundiais e isso permitiu-nos perceber um pouco mais sobre o panorama em que vivemos. De um modo geral, foi uma experiência bastante enriquecedora, na qual aprendemos e interagimos a “brincar” com assuntos sérios.

Delegações da União Europeia, China e Índia

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Figura 1. Conferência Simulada. Fotografia de Madalena Duque, 5 de julho de 2018
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Figura 2. Foto de grupo pós-atividade. Fotografia de Madalena Duque, 5 de julho de 2018

 

Marvila ROCKS! – Descobrindo os processos de transformação de um bairro 

Mafalda Corrêa Nunes e João Martins (investigadores do projeto ROCK Regeneration and Optimization of Cultural heritage in creative and Knowledge cities)

No dia 4 de julho, no âmbito da iniciativa Verão na ULisboa, a equipa de investigadores do projeto ROCK – Regeneration and Optimization of Cultural heritage in creative and Knowledge cities – realizou uma visita guiada ao território de intervenção com um grupo de alunos do ensino secundário.
Durante esta atividade discutiram-se os processos de transformação desta zona da cidade e o modo como a identidade e o património cultural local podem servir de motores de regeneração urbana.
Ao mesmo tempo, foram explorados diferentes métodos e técnicas de trabalho no terreno, utilizados em projetos de investigação-ação em Ciências Sociais.     

Visita a Marvila: Processos de transformação de um bairro

Na passada quarta-feira, dia 4 de julho, realizámos uma visita de estudo com o ICS (Instituto de Ciências Sociais), no âmbito das áreas de Estudos Urbanos e Sociologia.

Marvila, apesar de se localizar no centro de Lisboa e ter uma linha de comboio (o que melhora a acessibilidade), tem poucos serviços à comunidade.

Após a nossa chegada, fomos muito bem recebidos pelos investigadores Mafalda Corrêa Nunes e João Carlos Martins. Em primeiro lugar, falaram-nos sobre a história de Marvila, nomeadamente referindo que a origem do nome provinha da proximidade a que esta vila se encontrava do mar (Mar + Vila), sendo este um local onde dantes os nobres passavam férias. Contudo, durante a Revolução Industrial várias famílias provenientes de Cinfães (Beira), perto de Viseu, vieram para Marvila trabalhar nas fábricas de Lisboa, à procura de melhores condições de vida. Sendo que os trabalhadores compraram porções de terra, construindo barracas para habitarem. Este território passou a denominar-se por Bairro Chinês. A origem deste nome é incerta, no entanto os moradores mais antigos afirmam que se deve ao facto de as barracas se localizarem muito próximo umas das outras ou, então, devido ao facto de o proprietário se parecer como um indivíduo chinês.

Durante a visita, foi possível observarmos diversos grafitis, tanto legais como ilegais. Os grafitis ilegais relatavam as histórias de vida dos moradores, enquanto os grafitis legais foram realizados por artistas vindos de outras partes do mundo, no âmbito de um festival (Muro-Festival de Arte Urbana). Este aspeto caracterizador pode apresentar consequências negativas e positivas. Em relação aos aspetos positivos, os grafitis trazem mais visibilidade ao bairro, assim como vida e cor. Porém, são também associados aos bairros sociais, o que aumenta o preconceito que se tem em relação a estas zonas da cidade, sendo que muitos dos habitantes se sentem expostos e incomodados com as visitas.

Para além dos grafitis, foi possível vermos que há muitas áreas do bairro que estão descampadas, podendo representar um fator de perigo para pessoas mais idosas. Esta pode ser uma questão preocupante, visto que a população residente neste bairro apresenta um índice de envelhecimento cada vez maior. Alguns destes descampados são aproveitados como hortas urbanas organizadas pela Câmara Municipal, no sentido de promover a diminuição das hortas improvisadas.

Em suma, esta visita permitiu-nos conhecer uma nova perspetiva acerca dos bairros sociais, pois estes são zonas com muita história desconhecida, não sendo apenas uma parte excluída da cidade, ao contrário do que a maioria das pessoas pensam. Deste modo, achámos esta experiência muito enriquecedora e divertida.

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Figura 3. Visita a Marvila. Fotografia de Vítor Barros, 4 de julho de 2018
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Figura 4. Visita a Marvila. Fotografia de Ana Hebe, 4 de julho de 2018
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