Por: Rosário Oliveira, Olivia Bina, Roberto Falanga and Andy Inch
- À PROCURA DE TRANSFORMAÇÕES
As múltiplas crises socioeconómicas e ecosistémicas alertam para a necessidade de olhar para uma transformação de paradigma que necessitamos imprimir na sociedade e na economia, de forma a ganharmos consciência de que somos parte integrante da natureza. Os conceitos e as ideias inspiradoras sobre a integração dos seres humanos na natureza que vingaram nas últimas décadas não foram suficientemente efetivos, continuando a ser necessário um apelo forte à ação de todos. A Comissão Europeia lançou, no final de 2019, o Pacto Ecológico e o roteiro para a neutralidade carbónica até 2050, exprimindo a ambição de criar uma nova estratégia, levando as cidades e os seus territórios rurais a encontrarem soluções baseadas na ideia de circularidade económica na gestão dos recursos. Esta estratégia, quando associada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelas Nações Unidas, e aos princípios da Nova Agenda Urbana, reforça a urgência das cidades e dos assentamentos humanos se tornarem mais inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis (ver ODS 11).
Cidades em todo o mundo partilham desafios ambientais globais causados por múltiplos e complexos fatores, tais como a fragmentação da paisagem, o rápido crescimento demográfico e a expansão urbana, enquanto processos mal planeados continuam a erradicar áreas verdes e os ecossistemas associados, fundamentais para a saúde humana (física e mental) e para a biodiversidade. Uma abordagem mais ecológica requer um design criativo, quase disruptivo, e um trabalho colaborativo que conte com o envolvimento e compromisso de todos os sectores envolvidos na vida das cidades.
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