O uso de métodos criativos nas ciências sociais

Por Jussara Rowland

Entre os dias 6 e 8 de julho tive a oportunidade de participar na CASICS – Creative Methods for Research and Community Engagement Summer School, em Keele, no Reino Unido. O meu interesse por esta escola deve-se ao trabalho que tenho vindo a desenvolver enquanto membro da equipa do ICS-Ulisboa no projeto CUIDAR – Culturas de Resiliência à Catástrofe entre Crianças e Jovens. Um projeto europeu de investigação-ação participativa, no qual são utilizados um conjunto alargado de métodos criativos e participativos para promover, co-criar e comunicar as perspetivas, necessidades e capacidades das crianças junto de stakeholders dos setores da emergência e proteção civil.

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Exemplo de métodos criativos usados no projeto CUIDAR: roda das catástrofes (Loures, Portugal) e mapa participativo (Ancona, Itália). Fonte: Projeto CUIDAR

Nos últimos anos tem-se assistido a um interesse crescente pelo uso de métodos criativos nas ciências sociais. Estes incluem métodos visuais (e audiovisuais), artísticos, performativos, sensoriais, narrativos, mas também novos métodos digitais. Apesar da utilização de métodos criativos não ser um fenómeno recente, o interesse atual pelo tema deve-se, por um lado, à crescente difusão na sociedade contemporânea de uma cultura visual e multimédia que tem obrigado ao desenvolvimento de novos métodos de pesquisa orientados para este tipo de conteúdos. E, por outro, à “viragem participativa” das ciências sociais, atualmente mais direcionadas para uma investigação colaborativa e coproduzida, na qual é valorizado o envolvimento ativo dos participantes na criação e produção de dados. Continuar a ler

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