Fazer experiências com a divulgação de um projeto – Parte II: a Zine

Por: Jussara Rowland, Ana Delicado, e Clara Venâncio

Zines Académicas: Porquê e para Quê?

No nosso post anterior, sobre a relevância de experimentar novos formatos de disseminação, debruçámo-nos sobre a criação de um desdobrável, em formato de “quantos queres”, no âmbito do projeto de investigação Engage IoT – Envolvimentos sociais com a Internet das Coisas (EXPL/SOC-SOC/1375/2021), mencionando a sua articulação com uma zine. Mas, afinal, o que são as zines?

As zines, termo derivado de fanzines e ascendente de e-zines, são publicações não oficiais, produzidas de forma independente, mais ou menos artesanal, sobre temas variados. Originadas nos anos 1930 junto dos entusiastas da ficção científica, as zines ganharam sucesso a partir dos anos 1970 nos movimentos ativistas punk e da música alternativa, e dos anos 1990 no movimento underground feminista Riot Grrrl. Tradicionalmente associadas a culturas DIY, movimentos sociais e artísticos, as zines têm como principal função a disseminação de ideias e a partilha de informações fora dos circuitos convencionais.

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Fazer experiências com a divulgação de um projeto: Parte I

Por: Ana Delicado, Jussara Rowland e Clara Venâncio

Um projeto de investigação, uma estratégia de disseminação de resultados

Engage IoT – Envolvimentos sociais com a Internet das Coisas foi um projeto de investigação exploratório financiado pela FCT (EXPL/SOC-SOC/1375/2021) que decorreu no ICS, no âmbito do GI SHIFT, entre 2022 e 2023. O objetivo central deste projeto foi compreender como os atores sociais (produtores, consumidores, reguladores) se envolvem com um novo tipo de tecnologia (Internet das Coisas – IoT), desde o nível macro dos imaginários sociotécnicos até ao nível micro das práticas de utilização.

Um projeto de investigação que não dissemina os seus resultados é inútil. Sem dúvida que apresentar comunicações em congressos, publicar artigos em revistas ou mesmo um livro (ainda estamos a trabalhar nisso) é essencial para debater os resultados entre pares. Contudo, nós queríamos chegar mais longe: chegar a quem desenha estes produtos tecnológicos, a quem os regula, a quem os usa; assim como a quem se interessa por tecnologia e pelos seus aspetos sociais. Com esse intuito, criámos e alimentámos um website: em colaboração com um realizador (João Ramos) fizemos um vídeo curto e em colaboração com uma socióloga/designer (Tatiana Ferreira) fizemos uma research brief.

Experimentámos também novos formatos que permitissem ainda um maior alcance em termos de disseminação.  Optámos, assim, por fazer um desdobrável e uma Zine (que será material para a parte II deste post).

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